O papel essencial do líder na gestão inovadora

Share

O Papel Essencial do Líder na Gestão Inovadora

líder na gestão inovadora

Em um cenário de negócios em constante evolução, as abordagens tradicionais de gestão e liderança estão cedendo espaço a novos paradigmas e culturas. Atualmente, líderes com uma mentalidade mais “humana” estão assumindo o protagonismo, substituindo a gestão puramente focada em processos e tornando-se peças-chave para o empreendedorismo inovador. Como afirmou Faccioni Filho (2016):

“Ao abordar projetos de inovação, muitas vezes associados ao empreendedorismo, a gestão torna-se ainda mais crítica, e nesses casos, a liderança se destaca mais do que a simples ‘gerência’. Talvez, nesses casos, o fator principal para o sucesso de um projeto seja a atitude da liderança.” (FACCIONI FILHO, 2016, p. 18).

Nesse contexto, novos modelos de gestão estão conquistando seguidores e se disseminando, como é o caso do Design Thinking, uma abordagem inovadora para os negócios. De acordo com Alt e Tennyson (2011):

“Para o Design, o Design Thinking representa a segunda maior reviravolta de sua história. Para o marketing, é o elo perdido da equação de relevância [os 4 P’s]. O quinto ‘P’: Pessoas.” (ALT e TENNYSON, 2011, p. 42).

No entanto, a construção de organizações eficazes, criativas e inovadoras não ocorre por acaso; ela exige líderes que transformem a perspectiva da empresa, proporcionando-lhe uma vantagem competitiva no mercado (EMMANUEL, 2008). Gerir uma empresa, em qualquer nível hierárquico, traz consigo necessidades cruciais que precisam ser compreendidas para alcançar o sucesso nos negócios.

Segundo Blanchard e Hersey (1985), liderança ocorre sempre que alguém busca influenciar o comportamento de um indivíduo ou grupo, seja qual for o propósito. Compreender a psicologia humana é uma característica essencial no campo da gestão, uma vez que as pessoas diferem não apenas em habilidades, mas também em sua motivação. A motivação das pessoas depende da intensidade de seus motivos, que podem ser definidos como necessidades, desejos ou impulsos que direcionam o comportamento humano.

Burns (1978) argumenta que a liderança deve partir de motivações e oportunidades. Assim, a liderança é definida como um relacionamento entre líderes e liderados. Vries (1997) identifica características importantes de liderança, como autoconfiança, abertura à experiência, consciência, estabilidade emocional e uma busca incessante pelo novo, que são comuns entre líderes.

É importante destacar que líderes considerados “fracos” podem contribuir para o fracasso e gerar problemas, enquanto líderes competentes garantem que as correções e reestruturações sejam realizadas de forma que não afetem a eficácia da organização (EMMANUEL, 2009).

Um líder desempenha um papel vital ao estabelecer o rumo da empresa, definindo objetivos e traçando metas que agreguem valor à solução final. Conforme observou Faccioni Filho (2016):

“O líder valoriza muito mais as pessoas e as ideias do que os métodos e os resultados imediatos do projeto, o que acaba caracterizando as inovações, com seus fracassos e sucessos.” (FACCIONI FILHO, 2016, p. 19).

Capacidade de adaptação

Além das características mencionadas, o papel do líder está intrinsecamente ligado à sua capacidade de adaptação às mudanças e à habilidade de delegar tarefas, transmitindo confiança aos membros da equipe (BENNIS e NANUS, 1988). O líder desempenha um papel crucial na resolução de problemas e no estímulo à busca de novas ideias.

A liderança organizacional não é apenas uma função, mas uma característica inerente às pessoas. Descobrir oportunidades é uma característica dos empreendedores, que veem o potencial em situações cotidianas. Essas características podem ser desenvolvidas com estímulos e condições adequadas.

Portanto, a liderança desempenha um papel fundamental na transformação e renovação das organizações. São os líderes que conduzem o processo de inovação, criando um ambiente propício ao desenvolvimento da criatividade.

Liderar está intrinsecamente ligado à capacidade de inovar e permitir que todos os membros da organização participem desse processo. Com o ambiente adequado, boas ideias surgirão, proporcionando a motivação criativa necessária para gerar inovação.

Por Ronaldo Lundgren

Possui graduação pela Academia Militar das Agulhas Negras; é Mestre em Estudos Estratégicos pelo US Army War College; e Doutor em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

Deixe uma resposta