por Ronaldo Lundgren.
Por que tanto tipo de liderança? Já ouvi falar de liderança emocional, autoritária, servidora. Agora tem mais essa: liderança estratégica. É preciso isso tudo? Ou melhor, tudo não é apenas liderança?
Se você tem esses questionamentos, você está certo. Liderança é liderança. Ao final, os princípios que o líder utiliza vão ser, praticamente, os mesmos. Então, por que essas classificações?
Quando olhamos para uma organização qualquer, é fácil identificar as pessoas que exercem liderança. Pessoas que são reconhecidas pelos companheiros de trabalho como verdadeiros líderes. Pessoas com carisma. Mesmo que elas não ocupem os cargos de chefia. Muito menos da direção da empresa.
Devido a essa realidade, tornou-se necessário chamar a atenção das pessoas que estão ocupando os mais altos postos na empresa. Tais pessoas representam a organização. Não é qualquer funcionário que representa a empresa a qual pertence. Nas relações da empresa com outras firmas, com o governo, com a imprensa, com ONGs, só alguns funcionários “falam” pela empresa.
Para esse tipo de relacionamento é que serve a liderança estratégica. Como um CEO deve se pautar para, representando sua empresa (demais funcionários, acionistas, clientes, responsabilidade social, etc.), influenciar outras pessoas que estão no mesmo nível? Ou até acima? Vamos ao conceito, então.
A liderança estratégica é a habilidade pessoal de antecipar, visualizar, manter flexibilidade, pensar estrategicamente e trabalhar com outros para iniciar mudanças que criarão um futuro viável para a organização.
No contato pessoal que o líder estratégico tem com outros líderes estratégicos, os princípios de liderança continuam válidos e devem ser aplicados. Além deles, podem surgir situações onde seja necessário enfrentar riscos. A persistência para alcançar resultados desafiadores e coragem moral, raramente física, são características importantes. Não pode deixar de ser ético, preservando os valores da organização que você representa, porque você vai lidar com outros líderes estratégicos que trazem os valores de suas respectivas organizações para a mesa de negociações.
Nada é feito sozinho. Você vai continuar precisando da ajuda dos colaboradores a sua volta. Não esqueça, portanto, em fazer com que as pessoas se desenvolvam. Ajude-as a encarar a realidade. Mobilize-as para que façam mudanças. Quando houver uma negociação com outro líder estratégico, você sabe que suas posições não são apenas palavras jogadas sem respaldo. Você tem a convicção de estar apoiado por uma equipe coesa, que sabe para onde sua empresa caminha. Afinal, você fez o dever de casa ao preparar sua equipe.
Um dos grandes desafios será integrar e fazer interagir harmoniosamente as funções do negócio com as funções de liderança. Haverá necessidade de ampliar sua visão do macro-ambiente político, econômico e social, e das variáveis atuantes num mundo globalizado e competitivo.
Voltando à pergunta inicial: para que tanto tipo de liderança? Não se preocupe muito. São rótulos para ajudar o entendimento deste tema tão estimulante.