Conversando sobre uma liderança ágil
Desenvolva sua agilidade para ser um líder de mudança eficaz e eficiente
Transformação digital, evolução econômica, mudanças sociais e ambientais: as organizações hoje devem ser cada vez mais responsivas para se adaptar e sobreviver.
Um verdadeiro desafio para os gestores que não têm escolha senão ser flexíveis e inovadores, adaptar a sua estratégia e os seus métodos de trabalho, de forma a garantir o desempenho da empresa.
Essa “agilidade” nem sempre é óbvia.
Mas o que realmente significa ser um líder ágil e como se tornar um?
A profissão de gerente está mudando para se adaptar às mudanças no mundo profissional. Para gerenciar a incerteza e responder às mudanças do mercado, a agilidade agora é essencial para a liderança.
Por que a agilidade se tornou crucial para os líderes?
Reorganizações internas, transformação digital, adaptação de processos, instabilidade de mercado: os líderes evoluem dentro de um ambiente VUCA, a famosa sigla que designa a inconstância, a incerteza, a complexidade e a parte desconhecida das situações e contextos profissionais (Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity).
Uma realidade desestabilizadora à qual devemos aprender a nos adaptar.
Em setembro de 2019, um estudo do Ipsos/Boston Consulting Group já apontava para a desorganização dos gestores, principalmente na França: 85% deles sentiam que seu trabalho estava mais complicado do que antes.
A maioria dos líderes se sentia estressada e desmotivada, enquanto gerentes e funcionários aspiravam a novas formas de trabalhar, envolvendo mais colaboração e responsabilidade.
Baseando-se sobretudo na autonomia e na confiança, a gestão ágil parece ser a resposta a estas aspirações, mas requer o apoio dos líderes.
Para Vinciane Beauchene, diretora associada do BCG e autora do estudo,
“o ágil é uma profunda revolução nos métodos de trabalho. Equipes multidisciplinares autônomas e capacitadas desafiam os silos tradicionais. No final das contas, mais significado e eficiência para colaboradores, gestores e empresa”.
Como definir agilidade gerencial?
Embora o termo “agilidade” esteja em voga há alguns anos no mundo dos negócios, a gestão ágil tem mais de 20 anos. É, de fato, uma forma de as organizações se adaptarem à evolução do seu meio. A sua especificidade é colocar as pessoas no centro da empresa, tornando-a mais flexível e reativa, e consequentemente mais eficiente.
A agilidade gerencial pode, assim, levar a uma mudança de cultura em uma empresa, quebrando certos silos organizacionais, enfatizando a confiança e a autonomia e promovendo a multifuncionalidade.
Requisitos e benefícios da liderança ágil
Demonstrar agilidade na gestão exige ser flexível e ser rápido na tomada de decisões.
Assim, mesmo quando a empresa desenvolve uma estratégia de longo prazo, o líder ágil deve saber reagir rapidamente e, portanto, mostrar adaptabilidade.
Como já sublinhou em 2017, durante uma conferência na EDHEC, Hervé Borensztejn (Sócio da empresa de consultoria e recrutamento de executivos Heidrick & Struggles):
“ser um líder ágil significa ser obcecado tanto pelo curto como pelo longo prazo. É ser extremamente sólido em seu core business, mas também saber se reinventar constantemente”.
Trata-se de ser capaz de gerir a incerteza e a mudança, questionando e inovando constantemente.
A gestão ágil exige, portanto, estar aberto e atento, saber comunicar, delegar e confiar.
Tantas soft skills que promovem a inteligência coletiva, facilitam a cooperação, otimizam o tempo dos funcionários e agilizam processos e, por fim, capacitam, motivam e retêm equipes. Aumentando assim o desempenho da empresa.
Você pode treinar em agilidade?
Transformação digital, evolução dos processos, negócios e seus desafios, advento dos dados…
A agilidade anda de mãos dadas com as mudanças que afetam o mundo dos negócios e obrigam os gestores a repensar sua estratégia e sua visão de criação de valor.
Para além da formação em novas ferramentas e da adaptação às evoluções da digitalização e do mercado, cultivar uma liderança ágil exige questionar-se a si próprio e à sua forma de abordar a gestão e a mudança e, por isso, centrar-se no humano.
Agilidade requer estar aberto a novas formas de pensar e trabalhar, aceitando aprender continuamente para se reinventar.
Este aprendizado acontece em duas frentes: uma parte da agilidade se adquire no dia-a-dia alternando formação, vida pessoal e vida profissional. A outra parte se adquire em cursos de capacitação.