por Ronaldo Lundgren.
Tem chefe que acha que precisa ser carrancudo para demonstrar autoridade. Tem chefe que sente tanto o peso da responsabilidade que deixa de perceber quem está ao seu redor.
Quanto vale o sorriso do chefe?
Como diz a propaganda de cartão de crédito: certas coisas não têm preço.
Só o funcionário que recebe um sorriso sincero de seu chefe, simplesmente porque o dia de trabalho começou, entende a força da mensagem passada. É uma cumplicidade renovada entre profissionais que perseguem objetivos semelhantes na empresa.
Rodrigo Witkowsky, em seu artigo O Primeiro passo de um líder, defende que “pessoas que sorriem possuem muito mais chance de serem aceitos por suas equipes”.
Continuando, Rodrigo alerta que “se você é do tipo de líder, que quando chega em seu trabalho as pessoas mudam de assunto, cuidado, elas podem não confiar em você”.
Não se espera que o chefe seja comediante ou piadista. Talvez, se você pedir que os funcionários listem as qualidades que gostariam de ver em seus chefes, ser engraçado não apareceria. Porém, ter senso de humor é uma característica desejada por quase todos eles.
Marcelo Pinto recomenda “usar o humor não para se fazer de palhaço (apesar de que várias das técnicas deste respeitável profissional ajudam muito), mas para se mostrar mais humano, mais maduro e auto confiante. É isso que aumentará a simpatia que as pessoas sentem por você.”
Ter senso de humor não significa soltar gracinhas e anedotas durante apresentações ou conversas. Para Marcelo, ter senso de humor significa olhar para as coisas de um ângulo original, percebendo relações que outras pessoas não notam e flexibilizando a própria maneira de pensar.
Algumas dicas
No livro a “Economia do Cedro”, do administrador Carlos Alberto Júlio, encontramos essas boas dicas para quem pretende se tornar mais afável no ambiente de trabalho.
- Jamais parta do pressuposto de que o “outro” é um inimigo. Logicamente, tome suas precauções numa rua escura, à noite. Mas não crie couraças ao lidar com colegas de trabalho, parceiros comerciais ou clientes. Se o dia estiver realmente ensolarado e bonito, não hesite em compartilhar sua satisfação com os demais. Comece cada contato com um sorriso autêntico.
- Frequentemente, o humor e o sorriso acompanham grandes descobertas e ideias inovadoras. Ao contrário, o preconceito frequentemente instaura antipatias e produz caras feias de desagrado. Procure, portanto, retirar paulatinamente dos olhos as lentes do mito e do preconceito que determinam sua opinião acerca das coisas, ideias, instituições e pessoas.
- Muitas vezes, o humor é confundido com perseguição, bullying e humilhação do outro. Rir do outro pode ser algo extremamente destrutivo. Rir com o outro, ao contrário, pode ser uma das maiores demonstrações de elegância e grandeza de caráter.
Atitudes a evitar
Existem pelo menos duas atitudes que o líder deve evitar.
A primeira é a FORÇAÇÃO DE BARRA. Querendo se integrar ao grupo, alguns chefes agem como se já estivessem sido aceitos por aqueles funcionários que o trabalho diário transformou em amigos. Daí, forçam a participar das brincadeiras. Chegam ao ponto de usar os apelidos que a amizade entre os funcionários foi batizando ao longo do tempo.
Um outra atitude é a FALTA DE RESPEITO. Para obter um clima descontraído e de bom humor na empresa, não vale fazer piadas de mau gosto e discriminatórias. Não vale também utilizar apelidos depreciativos, destacando as diferenças pessoais que cada funcionário possui.
Próximos passos
Marcelo Pinto afirma que “Foram necessários líderes para criar o tabu contra a diversão no trabalho. Agora serão necessários líderes para quebrar esse tabu e substituí-lo por uma nova atitude positiva e produtiva”.
Marcelo continua, afirmando que “é preciso que nós nos tornemos esses novos líderes”. Ele acredita que “o bom humor e a alegria são traços tão essenciais no perfil do dirigente que deveriam ser matéria obrigatória nos cursos de formação de administradores. Está aí uma boa idéia: matéria é que não falta!”